Por Phoebe Reilli, para o The New York Times.

Enquanto Paramore lança seu sexto álbum, “This is Why”, a cantora e compositora conversa sobre tocar em uma banda que está amadurecendo – e música, cogumelos e tinturas que ajudaram nessa jornada.

 

A pixelated blue image of Hayley Williams, gazing directly forward

Hayley Williams é a vocalista do Paramore, cujo álbum “This Is Why” tem pouca semelhança com o emo da juventude da banda. Crédito: Tim Barber para The New York Times

Hayley Williams tem apenas 34 anos, mas já tem duas décadas de carreira como vocalista da banda de pop-punk Paramore. “Eu estava falando para os meninos, nós somos muito novos para sermos velhos, mas muito velhos para sermos novos”, ela disse enquanto ria no mês passado, fazendo referência a seus companheiros de banda, o guitarrista Taylor York e o baterista Zac Farro. “Existem pessoas que pensam em nós como eu penso em artistas que fazem isso há mais tempo do que nós. Parte de mim parece ter 85 anos, e a outra parte sente como se eu não tivesse respostas para a vida”.

Além dos tons de fogo característicos de seu cabelo, Williams é uma pessoa muito diferente da adolescente que formou Paramore em 2004. Ela sobreviveu um divórcio doloroso, a saídas amargas de vários membros da banda (inclusive Farro, que saiu da banda em 2010 mas retornou em 2017), e se aprofundou em um material extremamente pessoal em dois álbuns solos lançados em 2020 e 2021. 

Da mesma forma, o sexto álbum de Paramore, “This is Why” (que será lançado na sexta-feira), tem pouca semelhança com o emo gritante de sua juventude, revelando a nova onda e a sincopação mais funk de seu álbum de 2017 “After Laughter”, tudo realçado pela voz exuberante e versátil de Williams. O último single do grupo, o sucesso “C’est Comme Ça”, acena para sua maturidade: “Odeio admitir que melhorar é chato / Mas o alto custo do caos / Quem pode pagar?”

“Somos muito melhores amigos um do outro”, disse Williams. “Eu lembro de ligar para meu agente dois natais atrás e dizer: ‘eu não te dei um presente além de dizer que finalmente descobrimos como falar sobre os nossos problemas.’ ”

Enquanto ela se preparava para “This is Why”, o primeiro álbum de Paramore em seis anos, Williams creditou seu primeiro álbum solo “Petals for Armor”, com a construção de confiança para sua própria proeza musical. Também a empoderou a olhar para fora enquanto lutava com o trauma da pandemia e processava a injustiça racial perto de sua casa em Nashville durante o lockdown. “Principalmente, as letras são um desdém pela resistência ao progresso”, disse ela. “Passamos por tudo isso e as pessoas ainda são absolutas [palavrão] umas com as outras.”

Do estúdio alugado de Farro em Nashville, onde o goldendoodle de Williams, Alf, caçava migalhas, a cantora e compositora compartilhou o que a inspirou e a confortou enquanto a banda acelerava novamente. Estes são trechos editados da conversa.

  1. Cogumelos Eu sinto que algo aconteceu quando [o filme] “Fantastic Fungi” foi lançado. Ele abriu a mente de várias pessoas sobre todas as maneiras pelas quais cogumelos podem ser usados. [A chef e escritora] Sophia Roe tem uma conta incrível no Instagram e um novo programa chamado “Counter Space”, e ela usa muito cogumelos para cozinhar à base de plantas. Mentalmente, também, os efeitos que eles podem ter em alguém – não estou falando como alguém com experiência, mas estou bastante animada para fazer uma sessão guiada e ver como isso afeta minha jornada com depressão e TEPT. E “The Last of Us” está impressionante; eu amo como cogumelos se tornaram tal coisa que agora zumbis na TV têm rostos de cogumelos. Taylor e eu estávamos assistindo na outra noite, e eu pensei, eu seria a primeira pessoa a me transformar. Eu tomo essa alternativa de café chamada Everyday Dose, e ela tem todos esses cordyceps. Eu sou definitivamente um caso perdido.
  2. Adesivos Starfaze Zit Quando eu estava com 20 e poucos anos, eu ficava assustadíssima por qualquer show ou sessão de fotos. Nós abrimos para a banda No Doubt, e eu me lembro de tentar perguntar a Gwen Stefani, tipo, “você já teve acne?” e ela estava tipo, “oh, eu acho que tive esse sofrimento na van, quando fizemos uma turnê”. Eu não era uma grande usuária de maquiagem, então fiquei sem saber o que fazer. Eu amo que há uma nova geração de cuidados com a pele que é tipo: comemore. Decore seu rosto. Ligue os pontos.
  3. “Stutz” de Jonah Hill Nós assistimos a este documentário na sala da frente do nosso ônibus nessa última viagem, que foi a nossa primeira turnê depois de muito tempo. Eu estava tendo ansiedade por não estar em casa. Foi muito significativo. Eu amo como Jonah Hill é um ator bastante respeitado, um grande cineasta e ele diz: vou cuidar de mim antes de me preocupar em ser um produto. É por isso que tiramos 4 anos de folga. Nós nunca havíamos experimentado o mundo através de nenhum outro filtro além do Paramore, e isso é um privilégio. Pessoas podem dizer, “sim, bem, você já teve sucesso”. Mas é muito difícil fugir das oportunidades. Eu fiz terapias bastante intensas.
  4. Filmes de Terror da A24 Eu cresci com meu avô me levando para as locadoras. Nós alugávamos “Pet Sematary” ou algo do tipo, e corríamos pela floresta atrás de seu apartamento à procura de fantasmas. O que eu mais gosto é quando o gênero trata sobre questões sociais, como “The Babadook” ou os filmes do Jordan Peele. E os filmes do Ari Aster para a A24 são alguns dos meus favoritos: “Hereditary”, obviamente, e “Midsommar”. A24 é tão artístico. Eu até gostava de “Lamb”.
  5. “Prize” de Rozi Plain Basicamente, esse foi o primeiro álbum que eu escutei repetidamente desde o álbum da SZA que saiu ano passado. Taylor que me apresentou a sua música. Tem tanto entusiasmo nele. Ouvi todos os álbuns de Jessica Pratt durante a pandemia, foi tão reconfortante, e Rozi Plain faz com que me sinta assim. 
  6. Chá Pique Eu amo chá de ervas. O meu favorito é rooibos. Eu participei de uma cerimônia de chás Marroquinos pouco antes da pandemia e queria aprender mais sobre o que o chá significa em diferentes culturas. Então encomendei algumas coisas da Tea Huntress aqui em Nashville. Mas o chá Pique é ótimo. Há toda uma ciência e ritualização nele que eu considero realmente úteis. 
  7. DYEposit Eu estou um pouco horrorizada porque é um produto que a minha empresa de tonalizantes de cabelo, Good Dye Young, lançou no ano passado, mas eu genuinamente uso ele uma vez na semana. [A atriz] Jane Asher era o pôster nas paredes da minha mente enquanto planejamos os looks para essa turnê – um pouco loira morango. Eu uso DYEposit cobre, isso evita que eu tenha que tingir o meu cabelo o tempo todo.
  8. Alexis Smart Flower Remedies É tipo um floral de Bach. Você pode acessar o site dela e escolher os componentes de acordo com onde você está, não onde você deseja estar. Comprei alguns para ansiedade social, pois estamos nos preparando para estar perto das pessoas novamente e, a qualquer momento, posso sentir a síndrome do impostor. Eu gostaria de saber sobre isso no “Petals for Armor” porque eu teria pensado: “ei, podemos fazer uma combinação?”
  9. Roupas Usadas Crescendo, os meninos e eu compramos em brechós quase exclusivamente. No ensino médio, todo mundo queria parecer com, sei lá, Phantom Planet. Eu não tinha dinheiro e era legal. Agora é pelo planeta. Eu odeio comprar qualquer coisa sem pensar, e me livrar dela 2 meses depois. Eu coleciono camisas vintage. Eu tomei a decisão de que, quando for comprar roupas para o meu guarda-roupa pessoal, irei na Depop ou B.Real. É um caminho para a sustentabilidade para pessoas que realmente amam moda.
  10. “Play Time” Solange compôs essa lindíssima música para um balé chamado “Play Time” que foi coreografado por Gianna Reisen. Vou levar minha mãe para Nova York em maio antes de começarmos nossa turnê nos EUA. Minha mãe era uma bailarina e se machucou muito cedo. Tempos depois, ela trabalhou para o Instituto Nacional de Dança sob comando de Jacques d’Amboise. Minhas 10.000 horas obviamente foram em uma direção diferente, mas o balé ressoa muito em mim.

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