Com o lançamento do álbum ‘After Laughter’ marcado para o dia 12 de Maio, o Paramore se prepara para uma agenda realmente cheia! Serão muitas entrevistas, participações especiais em programas de TV e rádio e turnês, para divulgar seu novo trabalho de estúdio.
Mas há muito mais por traz de seu novo single ‘Hard Times’, que atingiu a marca de 3 milhão de views no YouTube, em menos de 24 horas.
Em uma entrevista de tirar o fôlego, a banda conversa com o The New York Times sobre os pontos altos e baixos da carreira, batalha judicial com Jeremy Davis, processo de composição do quinto álbum e detalhes incríveis sobre sua trajetória de sucesso.

NASHVILLE — Hayley Williams precisou dar uma quebra no “cabelo Paramore”.

Por mais de uma década, enquanto ela se estabelecia como uma das cantoras de rock mais dinâmicas de sua geração, Williams foi sempre reconhecida pelo seu headbang em cores vibrantes, tipicamente os tons sintéticos mais marcantes de vermelho, laranja e rosa. “Eu tive um corte de cabelo que poderia te matar”, diz a cantora sobre o estilo que a tornou um ícone, ainda nos tempos de Warped Tour.

Em sua banda, Paramore, trabalhou para transcender dogmas de um gênero restritivo, através de quatro álbuns ambiciosos, saindo do pop punk da era Myspace, para os momentos grandiosos do primeiro Grammy e do topo do chart da Billboard. Williams, agora com 28 anos, começou a sentir em dívida com um novo visual.

No ano passado, diante de uma profunda depressão em meio a mudanças pessoais – em uma banda atormentada por elas – e questionando-se sobre os fardos da idade adulta, Williams optou por um “espaço em branco”, diz ela, sobre seu atual cabelo platinado.

“Você pode aproveitar a adolescência o máximo que quiser, mas um dia a vida te acerta em cheio” Williams, uma presença poderosa que mal ultrapassa os 1,50cm, explicou no mês passado sobre o tumultuoso período pelo qual a banda passou desde o lançamento do álbum autointitulado, em 2013. “Eu nem ao menos sabia se iríamos gravar outro álbum”, diz ela. “Houve um momento em que eu nem ao menos queria continuar. Então eu estava tipo “eu quero que aconteça, mas não sei como vamos fazer isso”.

De alguma forma, o Paramore  surpreende novamente. Em 12 de maio, a banda irá lançar “After Laughter”, o quinto álbum da banda, apresentando mais um lineup – cada álbum do Paramore foi produzido com uma combinação diferente de membros ao lado de Williams – e um novo som. Ao invés dos riffs eletrizantes  de sua adolescência, Paramore mergulhou em um som mais limpo, rítmico e com texturas dos anos 70 e 80, devido às recentes obsessões como Talking Heads, Tom Tom Club, Cyndi Lauper e Blondie.

Mas enquanto a banda tem funcionado há muito tempo em seu próprio híbrido e bizarro meio – “muito rock para o pop e muito pop para o rock”, disse o guitarrista e companheiro de composição de Williams, Taylor York – Paramore volta ao cenário do Top 40 ainda menos hospitaleiro para guitarras. (Referência a Ain’t It Fun, que ganhou o Grammy na categoria “Best Rock Song”, e que é o hit de maior sucesso da banda).

No pop, o som de uma reminiscência dos anos 80 já foi testado com sucesso por Taylor Swift, Carly Rae Jepsen e Jason Derulo, mas não foi, ultimamente, executado com credibilidade por uma banda. Paramore, no entanto, pode ser adequado para este momento: Williams, com cabelo de desenho animado ou não, continua a ser o foco e suas melodias ágeis são impenetráveis à barreiras de gênero.

Como líder, a influência de Williams só cresceu desde que entrou no mundo da música, com o mais vibrante rock, especialmente o punk, vindo cada vez mais de bandas lideradas por mulheres que não têm medo de um refrão.

Bethany Cosentino, a vocalista do Best Coast, chamou Williams como mentora da indústria, apesar de ser a mais velha por dois anos. “Ela é a pessoa mais humilde que já conheci”, disse Cosentino. “Ela é uma grande estrela, mas em qualquer dia em Nashville você vai vê-la em um show. Ela ainda é fiel às suas raízes”.

Williams rejeitou as sugestões de que para uma nova geração de músicas ela representa o que Gwen Stefani, de No Doubt, e Shirley Manson, de Garbage, eram para ela, insistindo que ela é a inspirada muito mais em Cherry Glazerr, Tacocat e Bleached.

Mas ela também lembrou de sua determinação quando o Paramore começou, em um universo dominado por homens. “Se nós estivéssemos com caras mais velhos que nós, eu queria ser melhor que qualquer um deles.” Williams diz “Eu não me importava se eles tinham um pênis ou não, eu tinha que ser muito boa no meu trabalho.”.

“Musicalmente nós podemos fazer o que queremos e então, quando Hayley entra no jogo, é que faz com que se torne o Paramore”, diz Taylor York, agora com 27 anos. Em adicional, seus recentes tons de guitarra foram inspirados no afrobeat e outros sons internacionais. “Nós chegamos em um ponto com a nossa música, onde realmente não queremos headbangs.”.

Seguindo uma nova direção, “After Laughter” é uma reunião para o grupo que, durante as gravações, trouxe de volta o baterista e membro fundador Zac Farro.
Formada em 2004 como uma banda de garagem em Franklin, Tennessee, Paramore teve a sua primeira ruptura há praticamente sete anos, quando Zac e seu irmão mais velho, até então um dos principais compositores, deixando a banda e propagando uma imagem de “produto manufaturado de uma grande gravadora” e que “se tratava apenas de Hayley.” (vocês devem se lembrar da entrevista de Hayley Williams e Jeremy Davis, sobre este difícil período).

O retorno de Zac foi acontecendo gradualmente, após uma aproximação pessoal com Taylor, seu melhor amigo de infância. Isso foi necessário, pois os dois permaneceram juntos socialmente. “Cada ano que vivi de minha adolescência, foi em turnê com essa banda” diz Farro, 26 anos. Sua presença suave equilibra a de seus companheiros de banda. “Eu precisava de um botão de reset.”.

Carlos de la Garza, que trabalhou como engenheiro de som em “After Laughter” e no auto-intitulado “Paramore”, se refere à Farro e York como “dois espíritos unidos.”.
O que resultou dessa parceria totalmente nova foram faixas incríveis e até mesmo dançantes, cujos instrumentais foram dominados na cabeça de Hayley Williams. “Havia um lado sombrio entrando na mente de Hayley”, diz Carlos de la Garza. “Algo a estava incomodando e ela foi capaz de usar isso como combustível para as composições.”.

Apesar da alegria e da energia colaborativa resultante da reconciliação com o Zac, Hayley concordou que “havia uma nuvem escura” sobre os processos de composição e gravação. Ambos decorrentes de questões de relacionamento pessoal e profissional.

Nos últimos dois anos “muita coisa aconteceu nessa vida”, diz Williams, que se casou o musicista Chad Gilbert, da New Found Glory.
Um pouco antes disso, o Paramore anunciou o rompimento com o baixista de longa data Jeremy Davis, que entrou com uma ação judicial contra a banda.
Davis alega que exercia um papel de parceiro criativo e pede por lucros adicionais em composições das músicas, em venda de produtos oficiais e lucros de shows realizados. Ele também alega ter criado o estilo e ritmo aplicados ao hit ‘Ain’t It Fun’.
Contudo, Hayley Williams é o único membro da banda que tem contrato assinado com a Atlantic Records, o que faz com que os demais sejam pagos como funcionários. (advogados da cantora declaram que “para manter um sentimento de coleguismo na banda, os salários dos demais membros incluem uma parte dos lucros de Williams.”).

Derek Crownover, advogado de Davis, disse em uma declaração: “Jeremy Davis não deixou a banda”, acrescentando que o baixista “também não iniciou a ação”. Enquanto o caso segue em andamento, Derek torce por um acordo amigável.

“Outra vez?” Williams perguntou a si mesma, enquanto ponderava o destino do grupo. “Eu praticamente rezei até meus joelhos sangrarem” ela disse, reconhecendo que às vezes o Paramore se parece mais como uma novela, do que com uma banda.
“Nós estávamos com um membro a menos novamente” ela continua. Isso me fez questionar absolutamente tudo. “Será que eu estou fazendo algo errado? Você lê as coisas que as pessoas falam e eventualmente pensa ‘Eu devo ser algum tipo de vadia diva’. E eu sei que não sou isso, mas às vezes ler essas coisas causa um tipo de questionamento interno.”.

Williams canalizou no quinto álbum toda a sua inquietação, preocupação com traições, desapontamentos e arrependimentos. “Hard Times”, o primeiro single, começa com linhas como “All that I want, is a hole in the ground, You can tell me when it’s all right, for me to come out”.
Em outro ponto ela canta“I can’t think of getting old/it only makes me want to die,”.
Além de “Hard Times”, temos como grandes destaques do álbum as músicas “Forgiveness”, onde há o trecho “I just can’t do it yet”, “Fake Happy” e “Grudges”.

“Eu não imagino como seria colocar em um álbum algo que diz “a vida é incrível, tudo é bacana, venha fazer uma festa comigo”, diz Williams. E é verdade que, apesar das acusações de existir uma grande gravadora se envolvendo na carreira do Paramore, a banda escreveu suas próprias canções que renderam álbuns de platina.

A gravadora já tentou colocá-los para trabalhar com hitmakers do momento, sim. “De alguma forma ganhamos a nossa liberdade”, disse York, falando suavemente. “Eu não consigo imaginar subir num palco e tocar uma música de Max Martin”, disse ele. “Se chegássemos à esse ponto, poderíamos parar.”.

Agora, enquanto o Paramore deixa a sua estabilidade privada e passa a se expor para uma grande, obcessiva e impaciente base de fãs, seus membros estão abertamente ansiosos sobre como serão recebidos. Em uma noite recente, o trio participou de um jogo de hóquei do Nashville Predators, em sua cidade natal. Algo que eles não tinham feito como um grupo desde a infância. E isso foi incrível para todos que os reconheceram. Havia uma energia de nervosismo entre a banda.

No entanto, em momentos de silêncio, quando York, Farro e Williams brincavam uns com os outros e recuavam para a segurança de piadas internas, não podiam deixar de parecer francamente satisfeitos. “Isto por isso que você passa por momentos difíceis, para que possa ter outros momentos em que está orgulhosa de si mesma, orgulhosa de suas escolhas e de seus amigos”, disse Williams.
“Tenho um diário público da minha vida”, acrescentou, “e me sinto útil por causa disso”.

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5 Replies to “Paramore é destaque do The New York Times, em entrevista de tirar o fôlego sobre sua trajetória de sucesso”

  1. eu nunca acompanhei completamente a banda e fiquei boiando em muitas partes, soube q todo cd algum membro sai mas nunca entendi o q exatamente acontece (nem conheço a entrevista citada no texto que “vcs devem lembrar”)

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