Em um podcast com Leila Fadel, da NPR Music, Hayley destrinchou o significado de algumas das faixas do álbum This Is Why, passando por significados de The News, C’est Comme Ça e Big Man, Little Dignity. Ouça o podcast aqui, e acompanhe a tradução abaixo!

LEILA FADEL, ANFITRIÃ:

A cantora Hayley Williams era uma adolescente em meados dos anos 2000, quando ela e seus amigos formaram a banda Paramore. E naquela época, ela realmente não prestava atenção aos eventos atuais.

HAYLEY WILLIAMS: É quase embaraçoso o quão ignorante eu era para tantas coisas que estão acontecendo ao meu redor.

FADEL: Agora, aos 34 anos, não consegue desviar o olhar.

(TRECHO DA MÚSICA “THIS IS WHY”)

FADEL: Falei com Hayley Williams sobre o novo álbum do Paramore, “This Is Why”, e sobre algumas das letras que ela não canta mais.

WILLIAMS: A impressão que o Paramore deu, ou que eu dei no passado, é muito borbulhante e colorida, e não é bem assim que eu sou. Acho que, na verdade, sou o oposto.

(TRECHO DA MÚSICA “THE NEWS”)

WILLIAMS: “The News” foi uma das últimas músicas que escrevemos, e foi meio que na segunda ou terceira semana da guerra na Ucrânia. Foi muito, muito presente.

FADEL: Sim.

WILLIAMS: Eu simplesmente não conseguia parar de chorar. Eu apenas senti, qual é o nosso propósito? Tipo, qual é o ponto? É tudo realmente impressionante. E, ao mesmo tempo, quando eu desligo, não me sinto muito melhor por isso. Nem sei se descanso quando desligo. Mas… a tensão dessa decisão entre querer proteger sua energia e querer mudar o mundo de alguma forma é algo que converso muito com meus amigos. E todo mundo está vivendo isso. “The News” foi meio que o ponto culminante de uma grande frustração de sentir que você não consegue fugir de como o mundo é triste alguns dias. Eu precisava de um lugar para colocar isso.

(TRECHO DE “C’EST COMME ÇA”)

FADEL: Você escreve sobre como melhorar é chato. O que acontece quando você realmente faz esse trabalho para melhorar?

WILLIAMS: Cara, pode ser tão romântico viver, tipo, uma vida imprudente. Acho que tive o suficiente disso. Tendo acabado de me divorciar, eu obviamente estava ciente de que estava meio vazia, e havia uma imprudência em apenas beber todas as noites e meio que festejar com a banda e a equipe e me encontrar novamente. Havia muito caos e estresse. A cada luta, não parecia que eu saía do outro lado melhor. Fazer coisas como ir para a cama cedo e ler um livro ou desligar meu telefone em um determinado horário e não trabalhar, todas essas coisas eram bastante curativas. Mas sim, eu ainda luto. Tipo, eu ainda me sinto muito atraída pela ideia de desordem.

FADEL: Aquela adrenalina instantânea.

WILLIAMS: Sim.

FADEL: Você abrange muitos temas nesse álbum. Você se torna política em momentos. Você fala sobre saúde mental e estar bem e o caos. Você fala sobre homens em “Big Man, Little Dignity”.

(TRECHO DE “BIG MAN, LITTLE DIGNITY”)

WILLIAMS: Essa música, bem, começou com o riff, a pequena linha de guitarra que Taylor toca nela. Zac e eu ouvimos isso e pensamos, temos que usar isso. Isso é demais. Então, antes mesmo de a letra se tornar parte dessa música, ela já parecia muito importante para o álbum, e é muito sonoramente agradável para mim. Sempre que Taylor ou Zac trazem músicas assim, é como um reflexo. Eu apenas começo a escrever, tipo, algo apontou para isso. É – tipo, eu gostaria de poder ser assim, esta é uma bela peça musical. Vou escrever algo realmente adorável para isso. Não sei. De alguma forma, ilumina todos os meus pensamentos mais angustiados e sombrios.

FADEL: A outra coisa que está acontecendo é que tudo que é velho volta a ser novo para os jovens. Você sabe, um dos maiores sucessos do Paramore em sua história, “Misery Business”, está de volta à moda agora, ou esteve. Mas é uma música com a qual você tem um relacionamento complicado. Você a aposentou e trouxe de volta. Por que a mudança de opinião?

WILLIAMS: Sim. Nós escrevemos essa música quando eu tinha 17 anos, tentando descobrir quem eu era, tendo uma queda pelas pessoas. É essencialmente um trecho do meu diário em forma de música. Se eu pensar sobre isso no contexto de, tipo, um programa de TV para jovens adultos, foi, tipo, eu e outra personagem feminina brigamos, e aquele episódio se tornou nossa maior música inovadora. Minha relação com a música é complicada mesmo. Não se parece mais com quem nos sentimos, sabe? São tipo fotos de um anuário adolescente, que agora decidimos trazer de volta.

FADEL: E você a traz de volta inalterada. Quero dizer, eu sei que uma das maiores críticas à música foi o termo “prostituta” para uma mulher.

WILLIAMS: Sim. A linha da música diz, “uma vez prostituta, você não é nada mais”. E eu me lembro de ser uma adolescente e ficar tipo, “isso é muito engraçado”, tipo, você sabe, apenas sendo, tipo – descobrindo como escrever como meus colegas da época, que eram todos, você sabe, caras jovens. Eles provavelmente também não sabiam muito bem, sabe? Mas eu senti como, bem, cara, eu devo estar realmente dizendo algo aqui. Mas eu era uma criança.

FADEL: Sim, 17 anos.

WILLIAMS: Sim. Sim. E eu – eu tento não dizer essa linha. E eu até me divirto quando tocamos ao vivo. Você sabe, os fãs na multidão às vezes cantam com fervor, você sabe. E eu vou aponto para eles e digo, “você está cancelado!”, você sabe, tentando fazer pouco disso porque, sinceramente, não tem mais nada a ver com quem somos. E o melhor é trazer um fã no palco para cantar o último refrão com a gente. E eu choro toda vez porque é o momento deles pegarem o microfone e sentirem uma alegria desenfreada.

FADEL: Hayley Williams da banda Paramore, com o novo álbum “This Is Why”. Muito obrigada, Hayley. Parabéns.

WILLIAMS: Obrigada! Agradeço muito a você.

Tradução: Larissa Stocco, equipe Paramore Brasil.

Paramore Brasil
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