O Paramore só volta para a Oceania em Fevereiro deste ano, com a Tour Four de divulgação do seu quinto álbum de estúdio After Laughter.

Antes que isso acontecesse, no entanto, a revista australiana The Brag, que é subsidiária da empresa emergente Seventh Street Media há cerca de um ano, publicou em seu site na última quinta-feira (18) uma entrevista exclusiva com o Paramore.

Belinda Quinn e Brii Jameson, redatoras que assinam a matéria, conversaram com a banda sobre essa nova era, abordando tópicos desde a criação de setlists para os shows até o florescimento do grupo em um cenário musical dominado pela presença masculina.

Confira a tradução feita pela equipe do Paramore Brasil:

THE BRAG – Uma nova era para o Paramore: a banda revela momentos de crescimento

Lançado após um hiato de quatro anos, o novo disco do Paramore, After Laughter, foi considerado pela Rolling Stone, junto a outros, um dos melhores álbuns de 2017 – mas ele se provou um lançamento polarizador para seus seguidores pop punk e emo. “Para ser sincero, nós simplesmente nunca conseguimos vencer”, diz o guitarrista da banda, Taylor York. “Como artista, você quer tocar músicas novas; coisas que te inspirem. Você está tentando mostrar uma nova era às pessoas; uma era em que estamos no momento.”

Enquanto o Paramore sempre pareceu orgulhoso e seguro de suas raízes pop punk, a nova e ordinária convicção da banda vem do fato de que eles estão tentando se afastar de uma certa imaturidade – mesmo que eles saibam que vão ser criticados por isso. “Não importa o que fazemos, nós sempre decepcionamos as pessoas e elas sempre vão falar ‘por que vocês não tocaram aquela música?’ Nós estamos melhores em ignorar isso, mas sempre nos importamos”, explica York. “Passamos muito tempo tentando resolver isso, pensando em como podíamos colocar todas as músicas na setlist. Queremos fazer algo especial para os nossos fãs que nos têm apoiado por um bom tempo, mas eles também já nos ouviram tocar as músicas tantas vezes, então…”

O timbre da guitarra em faixas como ‘Hard Times’ consegue ser fiel ao som original da banda sem discordar do novo contexto pop; um movimento difícil de ser realizado sem que o artista pareça brega ou vendido. De fato, a banda sente mais orgulho do After Laughter do que de quase qualquer outra coisa que já tenham lançado – mesmo que Williams admita que gravar o álbum teve sua própria bagagem emocional. “Foi um disco meio pesado de escrever, mesmo que tenhamos nos divertido muito no processo. Nós pudemos fazer coisas muito diferentes das quais estamos acostumados – coisas que realmente gostamos.”

Ao longo do disco, com sua voz ousada e o exuberante instrumental que se desdobra ao seu redor, Williams relembra uma Lesley Gore de 1963 cantando sobre mágoas adolescentes em ‘It’s My Party’. Faixas como ‘Rose-Colored Boy’ explodem com cor, vida, e acima de tudo, revolta – nesta faixa, Williams exclama “Apenas deixe-me chorar por um tempo, eu não vou sorrir se eu não quiser”.

O baterista original Zac Farro passou os últimos cinco anos fazendo música em seu projeto pessoal HalfNoise, mas com o After Laughter, o titã retornou ao conjunto. No que lhe diz respeito, o tempo que passou distante do grupo permitiu que ele desenvolvesse um estado de espírito mais claro e depurado, e trouxesse algo significativamente mais honesto para o disco.
“Eu sinto que, como compositor, me afastar das turnês significou que eu aprendi mais sobre a minha paixão em compor músicas,” explica Farro. Ele descreve que retornar ao Paramore e tornar-se “amigo de Hayley e Taylor no meio musical” foi “simples”, não exigiu esforço.

A banda sempre tentou fazer as coisas do seu próprio jeito. Mesmo que alguns integrantes da mídia tenham notado uma certa camaradagem sonora entre o Paramore e seus colegas do selo Fueled By Ramen, – bandas como Fall Out Boy e Panic! At The Disco – eles sempre se sentiram um pouco forasteiros. “Foi meio estranho pra gente, enquanto crescíamos… nós nunca tocamos com o Panic”, diz Williams.

“Eu acho que era uma atmosfera muito bacana, especialmente para as bandas que apoiavam aquele setor do cenário musical que nós fazíamos parte. Mas, por outro lado, nós sentíamos que não nos encaixávamos completamente e que precisávamos forjar nosso próprio caminho, então, durante a última década, nós temos dado passos pra reforçar nossa individualidade como uma banda e encontrar nossa própria voz em um mar de bandas novas e que tocavam músicas divertidas e mais punk.

“Em última análise, eu diria que somos muito sortudos por termos crescido tocando e fazendo turnês naquele momento; estar onde estamos hoje sem nem termos feito 30 anos ainda e poder olhar para trás e ver as memórias que temos é incrível. E agora que estamos mais velhos, temos uma visão mais clara de onde queremos ir. É como se pudéssemos pegar todas as lições que aprendemos e utilizá-las para ter mais confiança no caminho que estamos seguindo.”

Para muitos jovens adoradores do emo, Williams foi uma das poucas heroínas que podia ser encontrada em um cenário dominado por homens. Felizmente, isso está começando a mudar, e Williams abraça o surgimento de novos pedidos por igualdade de gênero – mesmo que ela não tenha pressa em demonizar ou idolatrar. “Eu não acho que nenhum ser humano seja digno de ser adorado porque todos nós temos exatamente a mesma capacidade de machucar os outros e a nós mesmos, e geralmente fazer uma confusão absoluta da vida que nos foi dada,” Williams explica.

“Restringir tudo na questão da masculinidade e do gênero é difícil. Claro, meninos precisam começar a ter exemplos de vulnerabilidade e começar a respeitar o sexo oposto ainda com pouca idade. Mas isso também não deveria ter a ver somente com gênero e sexualidade – deveria ter a ver com humanidade e coexistência.

“Estou cansada das pessoas falando a partir do arrependimento e não de um lugar com inteligência real sobre o assunto. É preciso que haja uma conversa educacional e sensível para que possamos ultrapassar esses problemas antes que eles se tornem uma dor real.”

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