Hayley Williams compartilhou sentimentos e histórias particulares de sua adolescência, para a zine alternativa “Can You Deal”.
Jennifer Clavin, da banda Bleached, idealizou todo o projeto e reuniu experiências de mais de 20 artistas.
Zines são impressões ou colagem usadas para a divulgação de uma ideologia, ou do trabalho de um artista, e a de Clavin reúne experiências compartilhadas por meio de ensaios exclusivos, histórias, artes visuais, poesias e letras. O nome dado pela cantora vem da pergunta: “Você consegue lidar com as mulheres tocando rock and roll?”.

Todos os lucros das vendas serão doados para a ONG Planned Parenthood, uma organização que oferece cuidados de saúde, educação sexual e informações para milhões de mulheres, homens e jovens em todo o mundo.
Você pode comprar a zine “Can You Deal” clicando aqui.

Confira o depoimento de Hayley Williams:

A música é maior do que o gênero (e outras lições). Quando eu era criança, eu queria ser um menino. Parecia que eles se divertiam mais. Como se fossem menos preciosos…
E se há uma coisa que é como um inferno pra mim – é ser julgada como um tipo diferente de “preciosidade”. Em desafio, eu usava roupas de meninos, andava com uma bicicleta BMX com todos os meninos do meu bairro e eu jurei nunca me casar.
Não havia uma cena musical próspera em minha pequena cidade natal, mas tudo que eu fazia era assistir MTV escondida, quando meus pais não estavam em casa para saber que havia um mundo inteiro lá fora. Este era um lugar onde a arte e todos os tipos de estranhos poderiam apresentar-se como quisessem ser vistos. Eu senti que estava conectada com aquelas pessoas, mais do que qualquer pessoa da minha escola. Missy Elliott (rapper) em um saco de lixo teve mais efeito sobre mim, do que qualquer um que eu conhecia na vida real.
Havia um universo inteiro dentro de mim que ninguém sabia, não importava quantas festas de pijama eu fosse. Se isso me matasse, eu iria para o lugar onde a Missy dominou.
Avançando para 2004… com 15 anos eu era um garota muito boa… muito independente e orgulhosa da jovem mulher que eu estava me tornando. A puberdade não foi tão difícil para mim e houveram vários dias em que eu me achava bonita. Depois de ter me mudado do Mississippi para uma cidade ao sul de Nashville, eu me juntei à banda. Era o momento da minha vida. Pouco depois, nós formamos o que mais tarde seria chamado de Paramore. Criei coragem e levei a banda para cada grande gravadora que você possa imaginar. Seguindo “Complicated”, de Avril Lavigne, eu era só mais uma garota com uma guitarra. Eu era uma daquelas meninas que “não era como as outras meninas”.
Novamente, comecei a me ressentir da minha própria feminilidade. Talvez se eu fosse realmente um dos meninos, eu não estaria nesses rótulos sozinha. Nos anos seguintes, eu usei camisetas e parei de usar maquiagem completamente. Mesmo depois de ter conseguido que meus amigos – companheiros de banda – voltassem à equação, eu ainda sentia um profundo isolamento que não parecia ser uma cura.
Quando a banda começou a fazer turnês, eu ficava envergonhada porque todo comentário que recebíamos só tinha a ver comigo.

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