Em uma nova entrevista para o site mexicano Sopitas.com, Hayley Williams revelou que sua fonte de criatividade ainda não se esgotou com o Ego Death At A Bachelorette Party: a vocalista – que revelou mais detalhes sobre o processo de criação de seu terceiro álbum solo – ainda tem trabalhado em mais músicas!
Confira a entrevista traduzida:
Sopitas.com: Obrigado por reservar um tempo para falar comigo para a Sopitas.
Hayley Williams: Claro.
Sopitas.com: Parabéns pelo lançamento de Ego Death At A Bachelorette Party.
Hayley Williams: Obrigada!
Sopitas.com: Sobre o Ego Death At A Bachelorette Party, foi um lançamento muito louco. O site tinha totalmente uma estética dos anos 90/2000. Qual foi a intenção por trás desse formato?
Hayley Williams: Sinto falta disso. Foi algo egoísta, na verdade. Sinto falta da internet antiga. Sinto falta de quando era um lugar seguro para descobrir música e conhecer outras pessoas que gostavam das mesmas coisas que você, sem a ameaça de tantas coisas, como a IA ou gente sendo cruel online. Antes não era assim. Realmente parecia que você podia se apropriar das coisas de um jeito muito bonito. Então queríamos lançar a música dessa forma para que as pessoas pudessem, essencialmente, baixar as músicas. E se quisessem gravar um CD, ótimo. Se quisessem compartilhar com um amigo ou postar em outra plataforma na internet, perfeito. Foi um experimento para brincar com o aspecto comunitário do que a internet significou para mim enquanto eu crescia.
Sopitas.com: Você lançou 17 singles surpresa para que os fãs montassem suas próprias playlists. Teve alguma playlist ou reação que te surpreendeu? Alguma mixtape, cassete, algo assim?
Hayley Williams: Sim. Eu acabei pedindo às pessoas que fizessem playlists porque já estava vendo várias fazendo isso, e pensei: ‘Nossa, isso é muito interessante.’. Ler os motivos para colocarem as músicas em certa ordem era fascinante. Então postei algo dizendo: ‘Vamos continuar fazendo isso.’ Vamos brincar um pouco mais com essa ideia e ver até onde ela vai. O que acabou nos levando à tracklist oficial. Acho que ainda quero continuar essa conversa, mas estamos muito ocupados promovendo o disco. Estou louca para ver qual será a próxima variação. Quero colocar os arquivos de volta no site. Eu adoraria ensinar as pessoas a gravarem CDs e a adquirirem mais mídias físicas, porque acho que isso é muito importante. Ter propriedade sobre a arte que você ama. Quando adolescente, dirigindo meu carro, ter meu estojinho de CDs… era uma experiência linda. Não sei se isso vai voltar, mas lançar a música assim e ver as pessoas montarem suas sequências… isso mexeu comigo. Amei ver.
O processo criativo de Ego Death at a Bachelorette Party foi extremamente fluido para Hayley
Sopitas.com: Neste álbum você se abriu muito, mas qual música foi a mais difícil de escrever ou de decidir incluir?
Hayley Williams: Eu me perguntava se True Believer deveria estar no álbum ou ser lançada como single separado. Não queria que sua mensagem se perdesse. Mas eu devia ter confiado mais nos fãs, porque assim que o álbum saiu – ou até antes, quando os singles saíram – True Believer virou assunto no TikTok. Foi fascinante ver as pessoas dissecarem a letra e aprenderem sobre uma parte da história dos EUA que costuma ser escondida. Me sinto feliz por tê-la incluído. Não sei por que não confiei no começo. Estou tentando pensar em outras músicas difíceis, mas esta é a primeira vez na minha carreira em que quase um álbum inteiro simplesmente… saiu de uma vez. As coisas saíam tão rápido que pensei: ‘Será que vou conseguir escrever outra coisa depois disso?’ Nunca tive uma experiência assim. Houve uma semana em que Daniel e eu escrevemos seis músicas em sete dias, e todas entraram no álbum. Poderíamos ter cortado algumas, mas não quisemos. Amávamos todas. Terminamos o disco e mesmo assim continuamos escrevendo. Ainda há mais músicas, mas não acho que sejam para ‘Hayley Williams’ como tal. Fazer este álbum foi… nós voamos. E nem sei como aconteceu.
Sopitas.com: Você descreveu Mirtazapine como uma carta de amor ao rock alternativo dos anos 90. Quais sons ou emoções você queria capturar?
Hayley Williams: Eu amo Veruca Salt. Amo That Dog. Amo The Breeders e Kim Deal. Eu tinha o refrão na cabeça uma noite antes de dormir, porque eu tomo mirtazapina à noite. Ajuda a dormir, ajuda no apetite, e não é um antidepressivo típico. Olhei para o frasco e pensei que ‘mirtazapina’ é um nome muito bonito. Você já viu Adventure Time?
Sopitas.com: Claro.
Hayley: Há uma personagem chamada Marceline. E no Homestar Runner havia uma chamada Marzipan. Mirtazapine soava como um nome. Pensei que seria fofo escrever uma carta de amor para ela. Estava muito orgulhosa das guitarras e de tudo aquilo.
Sopitas.com: Eu tenho uma relação pessoal com a mirtazapina, porque minha namorada tomou… e eu comecei depois de um evento traumático. Então entendo os efeitos. O que você pensa sobre medicamentos, saúde mental e sociedade?
Hayley Williams: Não sou especialista, mas acho que quando você sabe que tentou de tudo e ainda precisa de apoio, deveria ser um direito humano ter acesso a isso. Acho que deveríamos, desde crianças, aprender a ouvir nossos sentimentos, nossa intuição, como falamos conosco mesmos. Quando há programas de saúde mental em escolas ou comunidades, a vida dessas crianças muda. Não digo que todos devam se medicar, ou fazê-lo sem necessidade, mas quando você sabe que tentou de tudo e ainda precisa de apoio… Eu tive que começar a me medicar quando fiz 30 anos. E devo dar crédito: sei que isso salvou minha vida. Tenho amigos que começaram e pararam. Eu também já comecei e parei. Você precisa se ouvir. Perguntar se precisa de apoio ou se precisa de terapia ou de atividades que te sustentem. Me assusta que, pelas conversas atuais nos EUA, esses direitos possam ser tirados de pessoas que dependem deles para viver. Eu não pensei em tudo isso quando escrevi Mirtazapine, mas agora tenho orgulho de ela existir. Se puder tirar o estigma de uma única pessoa, já vale a pena.
Extra: rodada de perguntas rápidas de Sopitas.com para Hayley Williams
Sopitas.com: Última música que ficou presa na sua cabeça?
Hayley Williams: Uma da Olivia Dean… se eu cantar, eu choro. Estou obcecada.
Sopitas.com: Uma palavra que descreva o álbum.
Hayley Williams: Desmoronar.
Sopitas.com: De que você precisa antes de subir ao palco?
Hayley Williams: Do Brian, meu melhor amigo. Que ele me dê um tapinha e me mande pro palco.
Sopitas.com: Qual artista dos anos 90 mais te inspira?
Hayley Williams: Failure.
Sopitas.com: Uma música que você gostaria de ter escrito.
Hayley Williams: Love of My Life (An Ode to Hip Hop), da Erykah Badu.
Sopitas.com: Um artista com quem você gostaria de colaborar.
Hayley Williams: The Linda Lindas… e se eu não trabalhar com a SZA antes de morrer, vou ficar triste.
Sopitas.com: Sua música infalível de karaokê.
Hayley Williams: It’s Not Right, But It’s Okay, da Whitney Houston.
Sopitas.com: Isso é tudo, obrigada pelo seu tempo, Hayley!
Hayley Williams: “Obrigada você. Tenha um bom dia.
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